Saaaaaaco.

Seis meses de porra nenhuma pra fazer realmente me aborrecem muito.

O que fazer nesses seis meses de férias?
Entrar em uma religião nova? Fazer aulas de yoga? Me matar em esportes? Estudar pra passar o tempo? Hibernar?

Se vocês acham que estar no colégio é ruim, esperem até estar longe dele.

Não aguento mais!

Eu vou me mudar para algum lugar bem longe daqui.
Eu não aguento morar mais no nosso Brasil. O Brasil das impunidades, do carnaval de barbáries, da sem-vergonhice.

Eu poderia discorrer horas sobre o crime hediondo que ocorreu com o pobre João Hélio Fernandes Vieites. Falar quantas lágrimas chorei pensando na tragédia, sobre o sentimento de revolta que explodiu em mim quando eu soube do que houve. Mas eu deixo esta parte para a TV, para os jornais.

Pra falar a verdade, o que me revolta mais é o falso sentimento de comoção que a mídia possui quando ocorre uma tragédia dessas proporções. Admitam: quantos de vocês se lembram da velhinha missionária, assassinada no Pará? Ou da criancinha de quatro anos que morreu queimada dentro de um carro, com a família? Alguns crimes podem ser mais facilmente lembrados, como o caso Susane não-sei-que-sobrenome, ou o do jornalista Tim Lopes.
Mas vejam só, como esses crimes que abalam momentaneamente o país quando ocorrem, logo viram passado distante!

A mídia faz lindos discursos comoventes capaz de derreter o coração do pior dos seres humanos, mas isto não muda nem ameniza o destino fatal que o João Hélio, a Dorothy Stang, o mendigo índio carbonizado há quase 10 anos atrás por mauricinhos, o menininho Vinícius, os pais da Susane, entre outros, tiveram.

Aliás, porque a mídia também não dá atenção aos diariamente mortos do Brasil? Será que as pessoas não têm consciencia de que centenas de milhares de pessoas morrem baleadas, esfaqueadas, esquartejadas, de maneiras brutais e hediondas TODO SANTO DIA???
Por que diabos apenas os casos que tocam o coração das pessoas causa tanta revolta? Por que diabos o Brasil chora apenas pelas crianças, pelos velhos, e não por cada cidadão vítima de um país onde não há vez nem para a ética?

VEJAM ESTE SITE e comprovem quantas pessoas, em um pequeno intervalo de tempo, já morreram SÓ NO RIO DE JANEIRO. Agora imagina no país inteiro. Quantas crianças, jovens, adultos, idosos, morrem por uma bala perdida, por homicídio culposo, por fome, meu Deus! Será que os cidadãos de nosso país só vão se lembrar de que existe crueldade no seio da "pátria amada" quando uma criança morrer?

Eu tenho plena consciência de que o que eu escrevi não alterará o destino de ninguém, nem irá prevenir a morte de nenhum cidadão. Pois o que muda não é a conscientização, e sim a ação concreta. Todos estamos conscientes de que a legislação brasileira afaga os criminosos e os põe pra repousar em berço de ouro. Todos sabemos da miséria, da violência, da falta de caráter dos nossos políticos. Mas nada fazemos.

E nada posso eu fazer, já que sou um cidadão de XX anos, classe média, insignificante para o nosso Brasil. E eu SEI que vocês que estão lendo isto agora estão se identificando com esse pensamento, não estão?

Pois eu peço uma coisa. Você que está lendo, repasse esse texto para o máximo de pessoas insignificantes, de XX anos, classe-média, que sintam o mesmo que eu. Pode soar clichê, mas a união faz a força. Sozinho não conseguiremos nada a não ser deixar que o tempo conforte as tragédias que ocorrem a milhares de famílias por dia.

Mas, se nada for feito, eu me mudo daqui. Não aguento mais conviver com o Brasil.

Um passo à frente... será?

É, nesta semana eu estarei fazendo a matrícula da faculdade.
Estou começando os estudos para uma vida adulta.
Será que isto é sinal de que eu estou amadurecendo?





DU - VI - DO.



O ruim de ser adiantado é que seu coração está lá atrás nas outras séries com pessoas que pensam como você, fazem as coisas que você gosta e têm o mesmo papo que o teu. Veja bem, tenho milhões de amigos do 1º, 2º e 3ºano... quase nenhum amigo que tenha passado pra alguma faculdade (tirando umas 5 pessoas)...
E eu sinto que eu agora estou abandonado. Calma, não sei se eu consigo me expressar bem, mas o negócio é o seguinte: todos os meus amigos estão estudando. Eu estou à toa por mais uns 5 meses e eu tô quase entrando em depressão por saber que minhas manhãs serão solitárias. Estar no colégio é uma merda, mas estar longe dele consegue ser pior, acredite.
E eu também não tenho o menor senso de responsabilidade... tenho pouquíssimas tarefas por semana (espanhol, natação, francês, fisioterapia, japonês) e eu já as encaro como se fazê-las fosse o equivalente mental a ser submetido a uma sessão de chicotadas e penetradas anais com abacaxis. (Rômulo, duvido que você leia esse blog, mas se o leitor for você, sim, essa última frase foi baseada inteiramente em você) Pô, se eu não consigo dar conta de atividadezinhas extracurriculares, como vou dar conta de uma faculdade?
E como eu vou dar conta da minha vida profissional?

Tudo na minha vida corre muito rápido, e eu sinto que esotu tropeçando nos meus próprios pés.
É chato ter medo do futuro e se esconder no terreno do passado.